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21 fevereiro 2015

A sopa de pato

Certo dia um camponês foi visitar a Nasrudin, atraído pela grande fama deste e desejoso em ver de perto o homem mais ilustre do país. Ele levou como presente um magnífico pato.
O Mullá, muito honrado, convidou o homem a jantar e pernoitar em sua casa. Comeram uma deliciosa sopa preparada com o pato. Na manhã seguinte, o camponês retornou a sua vila, feliz de haver passado algumas horas com um personagem tão importante.
Alguns dias mais tarde, os filhos deste camponês foram a cidade e em seu regresso passaram pela casa de Nasrudin.
- Somos filhos do homem que lhe presenteou um pato – se apresentaram.
Foram recebidos e servidos com sopa de pato.
Uma semana depois, dois jovens chamaram a porta do Mullá.
- Quem são vocês?
- Somos os vizinhos do homem que lhe presenteou um pato.
O Mullá começou a lamentar haver aceitado aquele pato. Sem mais delongas, fechou a cara e convidou seus hospedes para comer.
Daí a oito dias, uma família completa pediu hospitalidade ao Mullá.
- E vocês quem são?
- Somos os vizinhos dos vizinhos do homem que lhe presenteou um pato.
Então o Mullá fez que se alegrara e os convidou a comer. Em pouco tempo, apareceu com uma enorme sopeira cheia de água quente e serviu cuidadosamente os pratos de seus convidados. Ao provar o liquido, um deles exclamou:
- O que é isto, nobre senhor? Por Deus que nunca havíamos provado uma sopa tão sem graça!
Mullá Nasrudin se limitou a responder:
- Esta é a sopa da sopa da sopa de pato que com gosto ofereço a vocês, os vizinhos dos vizinhos dos vizinhos do homem que me presenteou o pato.

26 agosto 2013

A Farmácia Cósmica de Nasrudin


Nasrudin estava desempregado. Perguntou, então, a alguns amigos que tipo de profissão deveria seguir.
“Bem, Nasrudin,” disseram, “você é muito capaz e conhece bastante as propriedades medicinais das ervas. Poderia abrir uma farmácia.”
Nasrudin foi para casa, pensou e disse para si mesmo: “sim, acho que é uma boa idéia. Acho que sou capaz de fazer isso.”
Naturalmente, sendo Nasrudin, nessa ocasião em particular passava por um de seus momentos de desejar ser proeminente e importante. Assim, pensou: “Não abrirei apenas uma loja de ervas ou uma farmácia que lide com ervas; abrirei algo grandioso e que cause um forte impacto”.
Comprou uma loja, instalou prateleiras e armários e quando chegou a hora de pintar a fachada, montou um andaime, cobriu-o com chapas e trabalhou atrás delas. Não deixou que ninguém visse o nome que daria à farmácia ou como a fachada estava sendo pintada.
Após vários dias, distribuiu folhetos que diziam: “Grande inauguração, amanhã às nove horas”.
Todos de sua aldeia e das aldeias vizinhas vieram e ficaram esperando em frente à nova loja. Às nove horas, Nasrudin apareceu, retirou a placa da frente e lá estava um enorme cartaz onde se lia: “Farmácia Cósmica e Galáctica de Nasrudin” e abaixo estava escrito: “Influenciada e harmonizada com influências planetárias”.
Muita gente ficou impressionada e ele fez um ótimo negócio naquele dia.
Ao anoitecer, um professor local aproximou-se de Nasrudin e lhe disse: “Francamente, essas alegações que você faz são um pouco duvidosas”.
“Não, não”, respondeu Nasrudin, “cada alegação que faço sobre influência planetária é absolutamente correta. Quando o sol se levanta, abro a farmácia e quando o sol se põe, eu fecho.”
Portanto, podem haver diferentes interpretações sobre quanto a influência planetária afeta alguém e sobre o quanto dessas influências alguém recebe ou usa.


Extraído do livro: Histórias da Tradição Sufi

08 janeiro 2013

Bravo com o Faquir

Um Faquir clamava que poderia ensinar qualquer analfabeto a ler através de uma "técnica instantânea."

"Ok," disse Nasrudin. "Ensine-me."

O Faquir tocou a cabeça de Nasrudin e disse, "Agora leia alguma coisa."

Nasrudin saiu, e retornou a praça da aldeia uma hora depois com um olhar raivoso em sua face.

" O que aconteceu?" Perguntaram os aldeões. "Você pode ler?"

"Na verdade eu posso," respondeu Nasrudin, "mas não foi por isso que eu voltei? Agora onde está o salafrário do Faquir?"

"Mulla," disseram as pessoas, "ele ensinou você a ler em não mais do que um minuto. Então o que faz você pensar que o Faquir é um salafrário?"

"Bem," Nasrudin explicou, "eu estava justamente lendo um livro que afirmava, 'Todos os Faquires são fraudes.' "

Extraido do livro 200+ Mulla Nasrudin Stories and Jokes
Traduzido por Mandelas Zurc

A Mudança do amigo

Um amigo de Nasrudin disse um dia, "eu estou mudando para outra vila. Você pode me dar seu anel? Desta forma eu sempre lembrarei de você todas as vezes que olhar para ele!"
"Bem," respondeu Nasrudin, "você pode perder o anel e esquecer-me. Então em primeiro lugar eu não vou dar o anel a você, desta forma todas as vezes que você olhar para o seu dedo  e não ver o anel, você definitivamente se lembrará de mim!"

Extraido do livro 200+ Mulla Nasrudin Stories and Jokes
traduzido por Mandelas Zurc

19 novembro 2010

O presságio

O rei estava de mau humor. Quando saía do palácio para caçar, esbarrou em Nasrudin.
- É um mau presságio ver um mulá quando se vai caçar - gritou para seus guardas. Não deixem que ele me olhe, batam nele para que saia do meu caminho!
A ordem foi cumprida. A caçada, porém, foi um sucesso.
O rei mandou buscar Nasrudin.
- Sinto muito mulá. Pensei que era um mau presságio, mas comprovei que não é bem assim.
- Vossa Majestade pensou que eu era um mau presságio! - disse Nasrudin - Olha-me e tem boa sorte. Eu o olho e levo uma surra. Quem é mau presságio para quem?

17 novembro 2010

O anuncio...

Nasrudin postou-se na praça do mercado e dirigiu-se à multidão:

“Ó povo deste lugar! Querem conhecimento sem dificuldade, verdade sem falsidade, realização sem esforço, progresso sem sacrificio?”

Logo juntou-se um grande número de pessoas com todo mundo gritando:

“Queremos, queremos!”

“Era só pra saber”, disse o mullá. “Podem confiar em mim, contarei a vocês tudo a respeito caso algum dia descubra algo assim.”

08 agosto 2010

Primeira Vez

O Mulla foi convidado para uma casa de campo no fim de semana.

Seu anfitrião tinha alguns cavalos que desfilaram perante os convidados, para que cada um pudesse escolher sua montaria.

O chefe de cavalos, anunciou: "Este foi montado pelo príncipe tal e -tais; este pelo Duque de Blankshire. . ."

'O Mulla não quis ser superado: "Traga-me, disse ele, um cavalo que nunca foi montado por ninguém."

Gratidão

Certo dia, enquanto Nasrudin trabalhava em sua granja, um espinho penetrou seu pé. Incrivelmente ele disse: "Obrigado Deus meu, obrigado!" e prosseguiu:

"É uma benção que no dia de hoje, eu não estivesse com meus sapatos novos!"

O Fim do mundo

- Quando o fim do mundo chegará, Mulla?

- O fim de que mundo?


- Bem, quantos existem?


- Dois, o maior e o menor. Se minha esposa morre, isso é o fim Menor do Mundo. Mas se eu morrer - isso é o fim maior do mundo.

O Maior idiota do reino

Nasrudin foi enviado pelo rei com a missão com a missão de encontrar o homem mais tolo do reino e trazê-lo ao palácio para servir como bobo da corte. O mulla viajou até cada cidade e vila, mas não conseguiu encontrar um homem estúpido o suficiente para o trabalho. Finalmente, retornou sozinho.

"Conseguiu localizar o maior idiota do nosso reino?", indagou o monarca.

"Sim, Majestade", replicou Nasrudin, "mas ele está ocupado demais procurando idiotas para assumir o cargo."

Extraído do livro: The World of Nasrudin de Idries Shah

08 abril 2010

As Aparências

Conta o sufi Mullá Nasrudin que certa vez visitou a uma casa de banhos pobremente vestido, e foi tratado de maneira regular a mal e ao sair deixou uma moeda de ouro de gorjeta.

Na semana seguinte foi ricamente vestido e se desdobraram para atendê-lo... deixou uma moeda de cobre, dizendo:

- Esta é a gorjeta pelo tratamento da semana passada e a da semana passada, pelo tratamento de hoje.

A Mulher Perfeita

Nasrudin conversava com um amigo.

- Então, nunca pensou em casar-se?

- Sim pensei – respondeu Nasrudin. – Em minha juventude, resolvi buscar a mulher perfeita. Cruzei o deserto, cheguei a Damasco, e conheci uma mulher muito espiritual e linda; porém ela não sabia nada das coisas deste mundo.

Continuei viajando e fui a Isfahan; ali encontrei uma mulher que conhecia o reino da matéria e o espiritual, porém não era bonita.

Então resolvi ir até o Cairo, onde comi na casa de uma moça bonita, religiosa, e conhecedora da realidade material.

- E por que não casaste com ela?

- Ah, companheiro meu! Lamentavelmente ela também queria um homem perfeito.

Vivo ou Morto

O Mullá estava pensando em voz alta.

- Como sei se estou vivo ou morto?

- Não sejas estúpido – disse sua esposa – se estivesses morto, teus membros estariam frios.

Pouco tempo depois, Nasrudin se encontrava em um bosque cortando lenha. Era pleno inverno. De repente se deu conta de que suas mãos e pés estavam frios.

Sem dúvida estou morto – pensou – de modo que devo interromper meu trabalho. Os cadáveres não saem por aí caminhando, se deitou na relva.

Logo chegou uma matilha de lobos e começou a atacar o asno de Nasrudin, que estava preso a um arbusto.

- Vamos, continuem, aproveitem de um homem morto – disse Nasrudin sem mover-se – porem se estivesse vivo, não permitiria estas liberdades com meu asno!

O Custo de Aprender

Nasrudin decidiu que poderia beneficiar-se aprendendo algo novo e foi visitar a um renomado mestre de música:

- Quanto você cobra para ensinar-me tocar flauta? – perguntou Nasrudin.

- Três peças de prata no primeiro mês; depois uma peça de prata por mês – respondeu o mestre.

- Perfeito! – disse Nasrudin; - começarei pelo segundo mês.

07 abril 2010

O Urso

Um rei que gostava da companhia de Nasrudin, e também da caça, lhe ordenou que lhe acompanhasse na caça ao urso. Nasrudin estava aterrorizado.

Quando Nasrudin voltou a sua aldeia, alguém lhe perguntou: como foi a caça?

- Maravilhosa.

- Quantos ursos encontrou?

- Nenhum.

- Então, por que diz que foi maravilhosa?

- Quando se está caçando ursos, e você sou eu, não ver nenhum urso é uma experiência maravilhosa.

O Contrabandista

Nasrudin cruzava a fronteira todos os dias, com as cestas de seu burro carregadas de palha. Como admitia ser um contrabandista, quando voltava a casa a noite os guardas da fronteira lhe revistavam uma e outra vez. Revistavam sua pessoa, reviravam a palha, a submergiam em água e inclusive a queimavam de vez em quando.

Entretanto, a prosperidade de Nasrudin aumentava visivelmente.

Um dia se aposentou e foi viver em outro país, onde, alguns anos mais tarde, encontrou os guardas aduaneiros.

- Agora podes me dizer, Nasrudin, o que passavas de contrabando, que nunca conseguimos descobrir?

- Burros - respondeu Nasrudin.

As Armas do Mullá

Mullá Nasrudin iniciou uma viagem até terras distantes, motivo pelo qual levou uma espada e uma lança. No caminho, um bandido cuja única arma era um bastão, atacou e roubou seus pertences.

Quando chegou a cidade mais próxima, o Mullá contou sua desgraça aos amigos, que lhe perguntaram como havia acontecido que ele, estando armado com uma espada e uma lança, não pudera dominar a um ladrão armado com um modesto bastão.

Ele replicou: O problema foi precisamente que eu tinha as duas mãos ocupadas, uma com a espada e a outra com a lança. Como vocês crêem que eu poderia sair vitorioso?

O Erudito

Nasrudin conseguiu trabalho de barqueiro. Certo dia transportando a um erudito, o homem lhe pergunta:

- Você conhece a gramática?

- Não, em absoluto – responde Nasrudin.

- Bom permita-me dizer-lhe que você perdeu a metade de sua vida – replica com desdém o erudito.

Pouco depois o vento começa a soprar e o barco está a ponto de ser tragado pelas ondas. Justo antes de afundar, Nasrudin pergunta a seu passageiro:

- Você sabe nadar?

- Não! – responde, aterrorizado o erudito.

- Bem, permita-me dizer-lhe que você perdeu toda a sua vida!

13 abril 2009

A Farmácia cósmica de Nasrudin

Nasrudin estava desempregado. Perguntou, então, a alguns amigos que tipo de profissão deveria seguir.
"Bem, Nasrudin," disseram, "você é muito capaz e conhece bastante as propriedades medicinais das ervas. Poderia abrir uma farmácia."
Nasrudin foi para casa, pensou e disse para si mesmo: "sim, acho que é uma boa idéia. Acho que sou capaz de fazer isso."
Naturalmente, sendo Nasrudin, nessa ocasião em particular passava por um de seus momentos de desejar ser proeminente e importante. Assim, pensou: "Não abrirei apenas uma loja de ervas ou uma farmácia que lide com ervas; abrirei algo grandioso e que cause um forte impacto".
Comprou uma loja, instalou prateleiras e armários e quando chegou a hora de pintar a fachada, montou um andaime, cobriu-o com chapas e trabalhou atrás delas. Não deixou que ninguém visse o nome que daria à farmácia ou como a fachada estava sendo pintada.
Após vários dias, distribuiu folhetos que diziam: "Grande inauguração, amanhã às nove horas".
Todos de sua aldeia e das aldeias vizinhas vieram e ficaram esperando em frente à nova loja. Às nove horas, Nasrudin apareceu, retirou a placa da frente e lá estava um enorme cartaz onde se lia: "Farmácia Cósmica e Galáctica de Nasrudin" e abaixo estava escrito: "Influenciada e harmonizada com influências planetárias".
Muita gente ficou impressionada e ele fez um ótimo negócio naquele dia.
Ao anoitecer, um professor local aproximou-se de Nasrudin e lhe disse: "Francamente, essas alegações que você faz são um pouco duvidosas".
"Não, não", respondeu Nasrudin, "cada alegação que faço sobre influência planetária é absolutamente correta. Quando o sol se levanta, abro a farmácia e quando o sol se põe, eu fecho."
Portanto, podem haver diferentes interpretações sobre quanto a influência planetária afeta alguém e sobre o quanto dessas influências alguém recebe ou usa.

Extraído do livro: Histórias da Tradição Sufi

29 julho 2008

Porque Estou Aqui?

Uma Noite Mullá Nasrudin caminhava por uma rua. A rua estava deserta e de repente se deu conta de que uns homens a cavalo, uma espécie de tropa se dirigia até ele. Sua mente começou a trabalhar. Pensou que podiam ser assaltantes, que podiam matá-lo. Ou que podiam ser soldados do rei e podíam levá-lo para prestar serviço militar ou qualquer outra coisa. Se assustou e quando os cavalos e o ruído que formavam se aproximaram, se pôs a correr e entrou em um cemitério e para esconder-se jogou-se em uma tumba aberta.

Ao ver aquele homem correndo, os cavaleiros que eram simples viajantes, se deram conta do que havia acontecido. Correram atrás do Mullá Nasrudin até a tumba onde estava. Ele jazia com os olhos fechados como se estivesse morto. O que lhe aconteceu? Porquê você se assustou tão de repente? Qual o problema?

Então Mullá Nasrudin se deu conta de que havia assustado a si mesmo sem motivo. Abriu seus olhos e disse: "É algo muito complexo, muito complicado. Se insistis em perguntar-me porque estou aqui, eu lhes direi. Estou aqui por vossa culpa e vocês estão aqui por minha culpa".
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É um circulo vicioso. Se tens desejos, tu irás ao futuro e isto criará um circulo vicioso. Quando este futuro se converter em presente, de novo você irá ao futuro. Hoje pensarei em amanhã; isto se converterá em um hábito. Amanhã nunca chegará. Não pode chegar é impossível. Quando chega é de novo o hoje e foi criado o hábito de ir sempre do hoje ao amanhã. Por isso quando o amanhã chega, chega como hoje e logo me vou de novo ao amanhã. É uma cadeia! E quanto mais a alimentares, mais eficiente te empenharás em completa-la. E o amanhã nunca chega. O que chega sempre é hoje, e com o hoje não tens nenhuma relação. Estabeleces um mecanismo: devido ao que é hoje, partes.

"extraído de Cuentos de Nasrudin - Idries Shah"