29 julho 2008

Porque Estou Aqui?

Uma Noite Mullá Nasrudin caminhava por uma rua. A rua estava deserta e de repente se deu conta de que uns homens a cavalo, uma espécie de tropa se dirigia até ele. Sua mente começou a trabalhar. Pensou que podiam ser assaltantes, que podiam matá-lo. Ou que podiam ser soldados do rei e podíam levá-lo para prestar serviço militar ou qualquer outra coisa. Se assustou e quando os cavalos e o ruído que formavam se aproximaram, se pôs a correr e entrou em um cemitério e para esconder-se jogou-se em uma tumba aberta.

Ao ver aquele homem correndo, os cavaleiros que eram simples viajantes, se deram conta do que havia acontecido. Correram atrás do Mullá Nasrudin até a tumba onde estava. Ele jazia com os olhos fechados como se estivesse morto. O que lhe aconteceu? Porquê você se assustou tão de repente? Qual o problema?

Então Mullá Nasrudin se deu conta de que havia assustado a si mesmo sem motivo. Abriu seus olhos e disse: "É algo muito complexo, muito complicado. Se insistis em perguntar-me porque estou aqui, eu lhes direi. Estou aqui por vossa culpa e vocês estão aqui por minha culpa".
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É um circulo vicioso. Se tens desejos, tu irás ao futuro e isto criará um circulo vicioso. Quando este futuro se converter em presente, de novo você irá ao futuro. Hoje pensarei em amanhã; isto se converterá em um hábito. Amanhã nunca chegará. Não pode chegar é impossível. Quando chega é de novo o hoje e foi criado o hábito de ir sempre do hoje ao amanhã. Por isso quando o amanhã chega, chega como hoje e logo me vou de novo ao amanhã. É uma cadeia! E quanto mais a alimentares, mais eficiente te empenharás em completa-la. E o amanhã nunca chega. O que chega sempre é hoje, e com o hoje não tens nenhuma relação. Estabeleces um mecanismo: devido ao que é hoje, partes.

"extraído de Cuentos de Nasrudin - Idries Shah"